As informações disponíveis me permitem constatar que os aspectos econômicos sobrepoem-se amplamente aos demográficos nas flutuações recentes do PIB e do PIB per capita do Rio Grande do Sul.
Neste aspecto está a minha discordância respeitosa mas radical ao trecho final da nota técnica do DEE/SEPLAG onde se avança para uma interpretação mais geral dos dados demográficos: "A redução da participação da população em idade potencialmente ativa (PPA) aponta que o RS não pode mais contar com a demografia para o crescimento do seu PIB e do seu PIB per capita. Assim, o não crescimento da população desse grupo etário impacta o crescimento do PIB estadual no longo prazo". Na minha forma de ver, não é a força de trabalho que determina o crescimento do PIB, por isto não faz sentido, em qualquer tempo, "contar com a demografia para o crescimento do PIB".
Isto só poderia fazer algum sentido adotando-se a teoria que prevê o pleno emprego da força de trabalho. Entendo que, inversamente, é o padrão das migrações regionais e interestaduais que precisa ser compreendido por um enfoque predominantemente econômico e que o processo de acumulação de capital, que não é independente da demanda efetiva e sim determinado por ela, se sobrepõe com muita intensidade aos fatores mais estritamente demográficos. Houve uma queda do PIB per capita recentemente que nada tem a ver com fatores demográficos mas que, pelos seus efeitos sobre a ocupação da força de trabalho e as taxas de participação, estão inclusive causando mudanças sócio-econômicas bem significativas e que podem mesmo afetar de forma ainda mais desfavorável os fatores demográficos. Então por diversos canais o baixo crescimento econômico é que que reduz o dinamismo demográfico do RS e não o contrário.
Fora isso, é um excelente trabalho sobre as condições demográficas do RS.
https://planejamento.rs.gov.br/upload/arquivos/201907/15165703-nota-tecnica-dee-15072019.pdfIsto só poderia fazer algum sentido adotando-se a teoria que prevê o pleno emprego da força de trabalho. Entendo que, inversamente, é o padrão das migrações regionais e interestaduais que precisa ser compreendido por um enfoque predominantemente econômico e que o processo de acumulação de capital, que não é independente da demanda efetiva e sim determinado por ela, se sobrepõe com muita intensidade aos fatores mais estritamente demográficos. Houve uma queda do PIB per capita recentemente que nada tem a ver com fatores demográficos mas que, pelos seus efeitos sobre a ocupação da força de trabalho e as taxas de participação, estão inclusive causando mudanças sócio-econômicas bem significativas e que podem mesmo afetar de forma ainda mais desfavorável os fatores demográficos. Então por diversos canais o baixo crescimento econômico é que que reduz o dinamismo demográfico do RS e não o contrário.
Fora isso, é um excelente trabalho sobre as condições demográficas do RS.
Aqui um trabalho preliminar meu sobre o assunto onde se explica o sentido do grafico acima
https://drive.google.com/file/d/1bD1Wg3lGJQ4x77bpQpDWYGSXdSLl3R1Z/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1bD1Wg3lGJQ4x77bpQpDWYGSXdSLl3R1Z/view?usp=sharing
Principal referência teórica para este enfoque foi o Pivetti.