A criação deste blog teve por objetivo divulgar o trabalho do Núcleo de Estudos de Política Econômica (NEPE) da Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul. As atividades do NEPE foram encerradas oficialmente em abril de 2018, por força de decreto do governo estadual do Rio Grande do Sul. As opiniões aqui expostas não refletem quaisquer posições oficiais desta instituição ou de qualquer outra, sendo de responsabilidade exclusiva do autor do blog. Neste momento o objetivo é contribuir para a preservação do patrimônio imaterial da FEE, bem como divulgar e avaliar criticamente as análises econômicas realizadas no Rio Grande do Sul.

12 de ago. de 2011

Entrevista

Muito boa a entrevista do economista Carlos Pinkusfeld Bastos para a Folha. Reproduzo abaixo alguns trechos.
"Pessoalmente sempre olhei com maior cuidado a situação da Europa que a dos EUA. Havia, e há, zero possibilidade de default dos EUA. Como disse Alan Greenspan, ex-presidente do Fed, o banco central americano: ninguém dá calote na própria moeda porque pode imprimi-la".
"Aqui se acusa muito os EUA de inundar o mundo de dólares. Mas se esquece que o Banco Central americano tem, ao lado da meta de conter a inflação, a missão de estimular o crescimento. Se não fizesse o quantitative easing (relaxamento monetário), o Fed estaria indo contra sua missão. Não podemos pedir: não faça isso por que o meu câmbio vai valorizar".
"No Brasil, há a questão complicada do câmbio e a composição das exportações, muito baseadas nas commodities, e o desempenho de setores industriais mais dinâmicos tecnologicamente, que deixa a desejar. Se houver uma desaceleração mundial e o preço das commodities cair, certamente piora a situação externa. Como os juros estão baixos nos EUA, compensa o nosso balanço de pagamentos pela entrada de dinheiro aqui. Ou seja, isso é diferente de uma situação de grave restrição externa como ocorreu nos anos 1980"
"Em médio e longo prazo, parece que nós chegamos no limite, em termos do que pode contribuir para o desenvolvimento nacional, da política econômica recente, na qual o câmbio foi usado para frear a inflação enquanto se aumentava o salário real, crédito, a transferência de renda para os mais pobres e se afrouxou um pouco a política fiscal"
"É claro que isso proporcionou um desempenho melhor da economia quando comparado ao período anterior, mas o desafio agora é pensar novos caminhos tanto macro como microeconômicos -ligados a estrutura produtiva, inovação tecnológica, políticas setoriais, infraestrutura --que garantam uma trajetória de crescimento mais sustentado num cenário internacional que não se desenha, pelo lado do crescimento das economias mais desenvolvidas, dos mais favoráveis".

Nenhum comentário:

Postar um comentário