A criação deste blog teve por objetivo divulgar o trabalho do Núcleo de Estudos de Política Econômica (NEPE) da Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul. As atividades do NEPE foram encerradas oficialmente em abril de 2018, por força de decreto do governo estadual do Rio Grande do Sul. As opiniões aqui expostas não refletem quaisquer posições oficiais desta instituição ou de qualquer outra, sendo de responsabilidade exclusiva do autor do blog. Neste momento o objetivo é contribuir para a preservação do patrimônio imaterial da FEE, bem como divulgar e avaliar criticamente as análises econômicas realizadas no Rio Grande do Sul.

24 de out. de 2011

Argentina

A esmagadora vitória eleitoral de Cristina Kirchner é um acontecimento fundamental para os rumos daquele país e do continente latino-americano. Assim como a vitória de Dilma Rousseff no Brasil, muito do resultado está relacionado à boa performance macroeconômica. Há entretanto, importantes diferenças entre Argentina e Brasil. Em termos gerais, a Argentina obteve taxas de crescimento bem superiores ao Brasil na última década, ao mesmo tempo em que registrou taxas de inflação mais elevadas. Pretendo em breve aprofundar esta comparação. Por ora, divulgo um texto de Mark Weisbrot e outros sobre a performance recente da Argentina. Os autores buscam mostrar que os resultados da economia argentina não podem ser atribuídos simplesmente aos elevados preços de commodities, embora estes obviamente façam parte da explicação, como no caso brasileiro. Enfatizam que o governo argentino adotou uma estratégia correta de não sacrificar o crescimento econômico em nome da luta contra a inflação, conseguindo por esta via uma significativa melhoria dos indicadores sociais. Isto não quer dizer, todavia, que a inflação não seja um problema, na medida em que causa valorização do câmbio real e redução de competitividade. Este será, sem dúvida, um importante desafio de Cristina Kirchner em seu novo mandato. Por fim, os autores salientam que a experiência argentina precisa ser analisada com atenção pelos países em dificuldades na zona do Euro, na medida em que as dificuldades de obter financiamento externo não foram obstáculo para uma excelente performance, após um curto período de recessão posterior ao default em 2001.

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