Depois de mencionar um tal "barômetro", experimento estatístico realizado nos EUA pelos anos da grande recessão, escreveu o economista Jan Tinbergen:
"Nada disto, entretanto, tinha fundamento na teoria. Surgiu, portanto, a necessidade de se construir um modelo da formação das ondas cíclicas baseado na teoria e, ao mesmo tempo, testado pela experiência prática. Os primeiros modelos deste tipo foram publicados em 1936 ... várias obras apareceram, apresentando muitas e variadas versões de modelos econométricos do movimento cíclico. Esses modelos econométricos eram caracterizados, primordialmente, pelo fato de que: (1) foi formada uma lista das variáveis existentes no modelo, (2) foi formada uma lista de equações que expressavam as relações entre essas variáveis, e (3) os coeficientes dessas equações foram obtidos por verificação estatística das observações em que o objetivo era conseguir-se o mais alto grau de conformidade possível entre a realidade e a teoria. A utilidade desses modelos pode ser percebida, de um lado, pela compreensão que proporcionaram das forças que desempenhavam um papel mais importante no movimento cíclico e, por outro, pela oportunidade que ofereciam de se prever o desenvolvimento econômico no curto prazo. Tornou-se, assim, evidente que um papel central nas flutuações econômicas cabia à procura de bens e serviços, procura esta que se pode considerar composta da procura de bens de consumo e da procura por bens de investimento, cada qual dividida entre procura pública e privada" (Tinbergen, 1967, Desenvolvimento planejado, p. 204).
Hoje em dia parece ser tarefa bem mais difícil para os economistas tradicionais admitir que são os gastos que determinam o produto. Muitos tem que fazer uma ginástica intelectual enorme para lidar com a questão. E muitos heterodoxos também não demonstram muita clareza, infelizmente.
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