A criação deste blog teve por objetivo divulgar o trabalho do Núcleo de Estudos de Política Econômica (NEPE) da Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul. As atividades do NEPE foram encerradas oficialmente em abril de 2018, por força de decreto do governo estadual do Rio Grande do Sul. As opiniões aqui expostas não refletem quaisquer posições oficiais desta instituição ou de qualquer outra, sendo de responsabilidade exclusiva do autor do blog. Neste momento o objetivo é contribuir para a preservação do patrimônio imaterial da FEE, bem como divulgar e avaliar criticamente as análises econômicas realizadas no Rio Grande do Sul.

28 de dez. de 2016

Mais das perspectivas para 2017


Uma das coisas que os colegas que estão em contato com os agentes políticos relatam é que muitos destes perguntam: se a FEE é tão importante como vocês argumentam, porque deixou o Rio Grande do Sul entrar na crise em que está? Tento aqui responder essa pergunta com a convicção de que tudo que eu e os demais colegas fazemos aqui é realmente importante não só para evitar essas crises, mas também para compreender e atuar no sentido do desenvolvimento econômico do Estado. Mas quem dera eu tivesse o poder de fazer as pessoas prestarem atenção no que escrevemos e apresentamos periodicamente em nossos muitos eventos abertos ao público. Dentre outras razões, porque a mídia corporativa seleciona de forma extremamente perversa o que divulga para a sociedade, cujas opiniões são refletidas nos meios políticos. E mesmo que pudéssemos fazer todos saberem o que pensamos, o processo político é feito de posições contraditórias, objetivos nem sempre tão claros, interesses particulares mais fortes do que os republicanos, e outros complicadores.
Mas se alguém que me lê acha relevante a pergunta sobre porque a FEE não evitou a crise do RS, a primeira coisa que é necessário observar é: a crise em que se encontra o Rio Grande do Sul foi determinada por circunstâncias internas ao Rio Grande do Sul? A solução para a crise encontra-se inteiramente dentro do Rio Grande do Sul? A resposta para ambas as perguntas é negativa. Sei que para quem gostaria de uma solução, mágica ou não, isto é bastante frustrante. Mas nem por isso compreender o porque destas respostas se torna algo menos relevante, nem significa que seja algo simples. Envolve questões econômicas e políticas, para ser sintético. Mas acredito ser possível uma compreensão geral, para os que são interessados mas não especialistas no assunto. 
A FEE participa muito pouco, quase nada, do processo decisório que levou à recessão na economia brasileira. O Estado do Rio Grande do Sul participa muito pouco, quase nada, do processo decisório que levou à recessão na economia brasileira. É lamentável que historicamente a FEE tenha sido gradativamente esquecida enquanto estrutura de planejamento econômico do Estado, como foram esquecidas todas as estruturas de planejamento econômico. Mas a FEE buscou ao longo do tempo seguir cumprindo suas funções e reorientar-se em direção a uma ênfase maior na divulgação pública de suas estatísticas e análises. Dessa forma tem contribuído para o debate democrático, estabelecendo uma base concreta para esse debate: o conhecimento sobre a realidade sócio econômica do Rio Grande do Sul e do Brasil. Tem feito um esforço extremamente qualificado para divulgar à sociedade o que se passa, de forma isenta. Ela diariamente luta, assim como as outras Fundações, para que seu trabalho venha a ser conhecido, valorizado e levado em conta no processo decisório. 


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