Uma das coisas que os colegas que estão em contato com os agentes políticos relatam é que muitos destes perguntam: se a FEE é tão importante como vocês argumentam, porque deixou o Rio Grande do Sul entrar na crise em que está? Tento aqui responder essa pergunta com a convicção de que tudo que eu e os demais colegas fazemos aqui é realmente importante não só para evitar essas crises, mas também para compreender e atuar no sentido do desenvolvimento econômico do Estado. Mas quem dera eu tivesse o poder de fazer as pessoas prestarem atenção no que escrevemos e apresentamos periodicamente em nossos muitos eventos abertos ao público. Dentre outras razões, porque a mídia corporativa seleciona de forma extremamente perversa o que divulga para a sociedade, cujas opiniões são refletidas nos meios políticos. E mesmo que pudéssemos fazer todos saberem o que pensamos, o processo político é feito de posições contraditórias, objetivos nem sempre tão claros, interesses particulares mais fortes do que os republicanos, e outros complicadores.
Mas se alguém que me lê acha relevante a pergunta sobre porque a FEE não evitou a crise do RS, a primeira coisa que é necessário observar é: a crise em que se encontra o Rio Grande do Sul foi determinada por circunstâncias internas ao Rio Grande do Sul? A solução para a crise encontra-se inteiramente dentro do Rio Grande do Sul? A resposta para ambas as perguntas é negativa. Sei que para quem gostaria de uma solução, mágica ou não, isto é bastante frustrante. Mas nem por isso compreender o porque destas respostas se torna algo menos relevante, nem significa que seja algo simples. Envolve questões econômicas e políticas, para ser sintético. Mas acredito ser possível uma compreensão geral, para os que são interessados mas não especialistas no assunto.
A FEE participa muito pouco, quase nada, do processo decisório que levou à recessão na economia brasileira. O Estado do Rio Grande do Sul participa muito pouco, quase nada, do processo decisório que levou à recessão na economia brasileira. É lamentável que historicamente a FEE tenha sido gradativamente esquecida enquanto estrutura de planejamento econômico do Estado, como foram esquecidas todas as estruturas de planejamento econômico. Mas a FEE buscou ao longo do tempo seguir cumprindo suas funções e reorientar-se em direção a uma ênfase maior na divulgação pública de suas estatísticas e análises. Dessa forma tem contribuído para o debate democrático, estabelecendo uma base concreta para esse debate: o conhecimento sobre a realidade sócio econômica do Rio Grande do Sul e do Brasil. Tem feito um esforço extremamente qualificado para divulgar à sociedade o que se passa, de forma isenta. Ela diariamente luta, assim como as outras Fundações, para que seu trabalho venha a ser conhecido, valorizado e levado em conta no processo decisório.
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